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05 - Como melhorar a Pregação Sagrada
Vamos continuar a
falar do que o pregador deve fazer:
Em segundo lugar, o pregador também
tem que escutar a comunidade à qual vai pregar.
Toda pregação tem que ter em conta
duas coisas: a mensagem bíblica e a situação dos ouvintes. Falemos agora dos
ouvintes.
Importância dos ouvintes
Os ouvintes são o outro livro de
Deus “no qual teremos que ler constantemente, com o mesmo amor, com a mesma
humildade e com a mesma perseverança que ante a Escritura e os sacramentos”. O
pregador deve ser um “contemplativo da rua”, capaz de assombrar-se,
maravilhar-se, entristecer-se e sobretudo comungar com o que acontece ao seu
redor. Nada lhe é estranho. Tem que abrir o seu coração para acolher, escutar e
fazer seu o que vai acontecendo.
O ouvinte tem que sentir durante a
nossa pregação de que trata-se de algo seu, que se dá uma resposta às suas
interrogações, medos, expectativas e alegrias. Temos que conhecer o contexto
habitual dos nossos ouvintes, seu modo de ser, seus problemas, seu trabalho e
suas festas. Não é o mesmo um povo de uma região com seca que um povo com uma
região onde abunda água, nem um povo do litoral que um povo da montanha. Não é
o mesmo uma comunidade rural que uma comunidade urbana. Por isso, o pregador
deve perguntar-se o que é que determina a vida dos seus ouvintes, onde tem
colocado o seu coração. Uma pregação não só se sobressai pela sua profundidade
teológica, mas também pela sua profundidade na situação. Os ouvintes são filhos
da época e constituem uma parte da atualidade.
O pregador não pode fechar-se na
sacristia ou no escritório paroquial. Precisa pisar nos espaços onde vivem as
pessoas, para conhecê-la melhor. O conhecimento amigável, de simpatia e de
bondade do pregador com o povo é fonte de uma mútua interação. O povo tem que
encontrar no pregador um amigo, um irmão conhecido, e uma predisposição
confiada e aberta, que propiciará para que esse povo receba com prazer a
semente do Reino. Agora, isso não significa que o pregador fale a cada domingo
de coisas negativas que viu na semana. João XXIII aconselhava o seguinte:
“estar informado de tudo, ignorar muitas coisas e corrigir pouco”. Quem trata
com muitas pessoas precisa de uma boa dose de paciência. Se reaje imediatamente
com admoestações se transformará num crítico rabujento. É necessário ter um reto
equilíbrio entre não deixar entrar na pregação as fofocas do dia a dia e chamar
valentemente a atenção sobre as desordens da comunidade.
Será de muita ajuda para o pregador
reunir-se de vez em quando para ter um diálogo com os colaboradores mais comprometidos
da paróquia e fazer-lhes estas perguntas:
O que move as pessoas?
Do que elas
falam?
O que se conta na comunidade paroquial?
O que precisaria mudar?
O que é
desagradável para eles?
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