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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Notas Litúrgicas 04 - ODC - Ofício Divino das Comunidades


ESTRUTURA DO OFÍCIO DIVINO DAS COMUNIDADES

Qualquer celebração comunitária precisa de um mínimo de estrutura. Em todas as religiões há ritos para expressar as suas crenças. No Ofício das Comunidades a estrutura de cada celebração (ofício) é bem simples: inicia-se com uma invocação de Deus através de versos de um salmo; abre-se para a recordação da vida; propõe-se o hino que explicita o sentido do mistério celebrado; depois vem o salmo; uma leitura bíblica, meditação e partilha; cântico evangélico; preces, pai nosso e oração; e a bênção final. Cada um destes elementos mudam de acordo com a hora do dia, o tempo litúrgico e as circunstâncias da vida.

O sentido de cada elemento do rito
1. Chegada – silêncio, oração pessoal (criar um clima de recolhimento com a repetição de um mantra em melodia de salmo).
A Chegada é o momento de preparação imediata que tem como finalidade criar o silêncio para a oração pessoal. Responde à necessidade de cada pessoa “reunir o coração” para que se possa constituir a assembléia em oração... Pode ajudar neste momento: iluminação reduzida, música ambiente, toques de atabaque que leve à concentração, um refrão contemplativo....
2. Abertura – canto feito por repetição (solista e coro).
A Abertura é o começo do ofício com versos bíblicos de invocação de Deus, sem qualquer comentário. Expressa a gratuidade da oração e a iniciativa de Deus.
3. Recordação da vida – pedir que os irmãos e irmãs lembrem fatos, pessoas ou situações que marcaram a semana que passou.
A Recordação da vida é o momento em que afirmamos a relação entre a celebração e a vida, entre a paixão e morte do Senhor e paixão e morte do povo. Em toda a celebração, a vida está como que “latente”, mas na recordação da vida explicitamos mais claramente fatos de alcance e impacto nacional, situações e experiências trazidas pelos participantes, memória dos mártires... que serão depois retomados no salmo, na meditação, nas preces...
4. Hino – canto que marca a hora do dia, o tempo litúrgico corrente ou a festa litúrgica, de santo, do padroeiro.
O Hino é um canto diferente do salmo, cantos que nasceram da experiência da Igreja de ontem ou de hoje. Tem como finalidade expressar a oração da assembléia, a partir do mistério celebrado de acordo com a hora do dia e hora da vida.

5. Salmo – escolher um salmo apropriado para o que querem celebrar.
O Salmo é um dos elementos centrais no Ofício Divino. São poemas, cânticos, preces... que acompanharam o povo de Deus a caminho da terra prometida e são ainda hoje muito importantes na espiritualidade judaica. Por um lado eles são símbolos de tudo o que o ser humano carrega em seu coração: alegrias e sofrimentos, angústias e esperanças, docilidade e indignação, amor e ódio... Por outro lado, eles são símbolo que revelam o próprio Deus, atento ao grito dos pobres, pronto a manifestar seu amor e sua compaixão. Os salmos foram a oração de Jesus, de Maria, das primeiras comunidades cristãs. Por isso, na tradição das Igrejas cristãs, um salmo é sempre rezado a partir de Jesus e da sua vitória pascal. Com essa chave, somos convidados a entrar na oração do salmo fazendo dele a nossa própria oração. Depois de cada salmo há um tempo de silêncio e de repetição de alguma palavra que nos tocou. Isso nos permite curtir a palavra de Deus e deixar que ela se torne a palavra da nossa oração.

6. Leitura bíblica – leitura do dia ou do Evangelho do domingo seguinte.
Além dos salmos, escutamos uma leitura bíblica que pode ser dos evangelhos ou de outro livro do antigo ou do novo testamento. Em geral, as comunidades seguem as leituras indicadas na liturgia diária da missa. Se for evangelho é precedido por uma aclamação. Se for outra leitura é seguida de versos bíblicos de meditação. “Deve ser lida e ouvida como verdadeira proclamação da Palavra de Deus.” (IGLH n. 45).
7. Meditação – silêncio, partilha, repetir refrões que chamaram a atenção.
8. Cântico evangélico – para manhã (Lc 1,68-79 – cântico de Zacarias); para fim da tarde ou noite (Lc 1,46-55 – cântico de Maria)
Faz em parte do roteiro do Ofício os três Cânticos Evangélicos, tirados do evangelho de Lucas. No ofício da manhã, canta-se o cântico de Zacarias ao raiar o sol; evoca a memória de Jesus o sol nascente. À tarde, ao findar o dia, entoa-se o Cântico de Maria nos faz agradecer a Deus pela salvação. À noite é a vez do Cântico de Simeão, que proclama a força da luz que brilha para todos os povos. É o ponto alto do ofício, por isso podemos dar ênfase a este momento: com passos de dança acompanhando o ritmo, com incenso...
9. Preces – podem ser espontâneas

Nas Preces unindo-nos à oração de Jesus, exercemos nossa vocação de povo sacerdotal, louvando, agradecendo e intercedendo pelas necessidades da humanidade e urgências do mundo. Na pag. 449 encontramos várias formas de responder as preces (cantada ou rezada)
10. Pai-nosso – Após as preces a assembléia conclui este momento com a prece do Pai nosso como faziam as comunidades dos primeiros séculos e como é costume até hoje.

11. Oração final – pode ser rezada a oração do dia

12. Bênção

O ofício termina com a invocação da bênção de Deus sobre a assembléia convidada a prolongar o louvor no ofício que deve continuar em todo o tempo e lugar, em cada gesto de amor e de serviço... Por fim, um refrão que funcione como “saideira”, prolongando a bênção.


Querido amigo(a) está chegando ao fim as notas litúrgicas com o tema ODC - Ofício Divino das Comunidades na próxima nota serão esclarecidos sobre os símbolos e ministérios utilizados no ODC e então iniciaremos nossas reflexões sobre outro assunto.Espero que tenha gostado e se quizer rever o material completo é só acessar nossas paginas.

Dê sua sugestão e vote em nossa enquete sobre que assuntos podemos abordar nas próximas notas liturgicas, estou aguardando seus comentários e votos.

Carinhosamente!

Carlos Ericeira

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