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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

CURSO COMPLETO COMO PREPARA A HOMILIA - TEXTO 11



11- Pregação ou palestra explicativa 
 por: Padre Antonio Rivero



Estamos explicando os vários tipos de pregação sagrada. No texto nº10 vimos a homilia. Agora veremos a pregação ou palestra explicativa.

Pregação ou palestra explicativa
Gostaria de explicar uma verdade da fé, da liturgia ou da moral, para que os ouvintes a entendam bem. Aqui o pregador lança mão da explicação clara, ordenada e estruturada para que a inteligência do ouvinte entenda. Trata-se de uma palestra explicativa ou discurso explicativo, dirigido principalmente à mente dos ouvintes para que entendam esse tema.
Esta pregação tem a sua importância: hoje mais do que nunca precisamos de discursos explicativos por causa da ignorância religiosa que se espalha por toda parte. Não suponhamos que as pessoas sabem estas verdades.
Também esta pregação exige umas qualidades: Somente um tema. Desenvolvido em três ou quatro aspectos claros, interessantes, estruturados, lógicos e com certa originalidade na abordagem.
Proponho este esquema para um discurso explicativo:
Uma introdução atraente: com alguma estatística, um exemplo, uma notícia, um fato histórico sobre essa questão.
Um proposta breve que resume em duas linhas o que será desenvolvido posteriormente.
Um desenvolvimento do tema estruturado, claro, progressivo e com exemplos e ritmo oratório. A clareza se consegue explicando alguns destes pontos: importância do tema, definição, classes ou tipos, obstáculos, meios e frutos. Ajuda também aqui trazer à tona um exemplo, uma imagem, uma anedota que faça esse tema agradável e fique gravado na mente. Usar uma linguagem clara, simples e sempre expressiva, nunca monótona.
E uma breve conclusão que resume o que foi dito e exorta a vivê-lo.

Exemplo de um esquema de discurso explicativo sobre  o matrimônio que dei em Los Ángeles e as pessoas que me escutaram não esqueceram esta imagem que usei: Queridas famílias, convido-lhes a construir seu edifício matrimonial tijolo a tijolo. (1) Em primeiro lugar, vejamos os fundamentos desse edifício matrimonial: oração, sacramentos, piedade… (2) As paredes deste edifício têm que ser sólidas para suportar os ventos e os terremotos das dificuldades: amor, diálogo, compreensão, perdão… (3) Este edifício tem que ter algumas janelas grandes que tragam luz ao nosso matrimônio: sinceridade, transparência e fidelidade. (4) Não se esquecer de colocar uma antena parabólica que saiba captar as ondas: vigilância para que não entrem ladrões. No dia da morte vocês estão colocando o último tijolo…
Outro exemplo de esquema explicativo mais simples sobre o tema da humildade: (1) Vejamos a importância da humildade. (2) Definamos a humildade: virtude que surge da temperança e nos coloca no nosso justo lugar. (3) Classes de humildade: falsa humildade e verdadeira humildade. (4) Inimigos da humildade: soberba, vaidade… (5) Campos para ser humildes: com Deus, com os outros, conosco mesmos. (7) Meios para alcançar a humildade: meditar nos atributos de Deus, meditar em suas próprias misérias. (8) Frutos da humildade em nossa vida: Deus me abençoará, os outros me aceitarão com mais facilidade e sentirei uma grande paz interior. Terminemos com o exemplo de algum santo que viveu de modo especial da humildade. Esta palestra pode ser desenvolvida em dois dias.

FONTE: Zenit.com

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

CURSO COMPLETO PARA PREPARAR UMA BOA HOMILIA - TEXTO 10





 

   

   
   
   
 

 

 

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10 -Diferentes tipos de pregação
por: Padre Antonio Rivero
Depois de vermos a figura do pregador, vejamos agora os diferentes tipos de pregação sagrada.

Veremos os seguintes tipos de pregação:

  • Homilia.
  • Palestra ou discurso explicativo.
  •  Palestra ou discurso persuasivo.
  • Palestra ou discurso emotivo.
  • Palestra ou discurso demonstrativo.
  • Reflexão evangélica diante de Cristo Eucaristia.
  • Meditação num dia de retiro espiritual.
  • Pregação de exercícios espirituais.
  • Pregações circunstanciais: batismo, casamento, exéquias, festa, brinde.
  • Tema apologético.
  • Panegírico.
  • Congresso.
  • Rádio.
  • Televisão.

Para começar, digamos que em toda pregação deveríamos seguir este esquema:
Primeiro, uma introdução ou exórdio. Isto é, um começo atraente, original, com alguma anedota, estatística, um fato, um acontecimento, um evento… que capte a atenção dos ouvintes, e sempre relacionado logicamente com a ideia ou tema que será tratado.
Segundo, um desenvolvimento das ideias. Temos que oferecer uma só ideia, para não causar uma indigestão nos ouvintes com muitas ideias inconexas. Ideia desenvolvida em dois ou três aspectos claros, lógicos e estruturados. Ideia expressa com força, convicção, entusiasmo, originalidade, imaginação, vivacidade. Uma imagem ou metáfora pode ajudar muito para explicar essa ideia que estamos comentando. Usar uma linguagem concreta que toque a vida e o coração dos ouvintes. Ser sempre positivo e motivador. Com uma citação de um Santo Padre ou de um santo da Igreja, para dar peso a essa ideia.
E, finalmente, uma conclusão ou peroração, que resume em poucas palavras o discurso e a pregação. Terminemos invocando à Virgem Santíssima para que nos ajude na vivência desse tema tratado.

E agora vamos começar com os tipos de pregação.

HOMILIA
Finalidade da homilia: levar a mensagem bíblica da liturgia desse dia para a vida dos ouvintes para que toque as suas vidas e se convertam, ou melhorem a sua vida espiritual.
Como preparar uma homilia:
Parte-se dos textos bíblicos da liturgia, tirando uma só ideia para os meus ouvintes: por exemplo, a conversão, a esperança, a alegria, a oração, etc… Mas, uma só ideia.
Depois essa ideia é desenvolvida em dois ou três aspectos claros, lógicos e estruturados, tirados dos textos bíblicos dessa missa. Também é bom que essa ideia esteja apoiada em alguma citação dos Santos Padres que comentem essa ideia e que dará peso à nossa homilia. Citar os Santos Padres é subir em ombros de gigantes.
Mais tarde, tentemos trazer essa mensagem divina para a vida concreta dos ouvintes: vida familiar, laboral, profissional, estudantil… O citar um fato da vida de um santo com relação à essa ideia que estou comentando seria excelente, pois os santos nos incentivam a viver essas verdades.
Tipos de homilias:
Está, primeiramente, a homilia evangelizadora que desperta e incrementa a fé do ouvinte. Temos também a homilia catequética, que aprofunda a fé à luz da história da salvação nos diferentes períodos litúrgicos. E claro que também há homilias proféticas que provocam uma resposta de conversão ao plano de Deus desde os textos bíblicos. Está a homilia mistagógica que explica esse sacramento que está sendo celebrado (confirmação, batismo, casamento, unção dos enfermos, ordem sacerdotal, etc…) para que o valorizem e o amem mais e melhor. E finalmente temos a homilia temática: quando o sacerdote fica vários anos numa paróquia, pode aproveitar de segunda a sexta para ter homilias temáticas. Foi o que fiz numa paróquia de Buenos Aires na qual estive doze anos como vigário paroquial. Depois dos primeiros cinco anos em que dava a homilia sobre a liturgia do dia, comecei a fazer homilias temáticas, e tive muito resultado. Temas que duravam até meses: expliquei o credo, os sacramentos, os mandamentos, a oração, a liturgia, Nossa Senhora, a Missa, o terço, as virtudes, os vícios capitais, as obras de misericórdia, etc…
Ofereço-lhes este esquema de uma possível homilia: o tema da liturgia de hoje é a conversão (só um tema). (1) A conversão consiste, seguindo a primeira leitura lida, em abandonar nossos ídolos, infidelidades e pecados (enumerar esses possíveis ídolos das nossas vidas). (2) Essa conversão tem que passar pela cruz, como nos diz São Paulo na segunda leitura (concretizar essa cruz na nossa vida). (3) E finalmente, a conversão irá trazer alguns frutos maravilhosos na vida pessoal, familiar, laboral, como nos fala o Evangelho (listar esses frutos). Santo Agostinho resume este tema da conversão com esta frase ou com este fato de vida. 
fonte: ZENIT.ORG
 


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CURSO COMPLETO COMO PREPARAR UMA BOA HOMILIA - TEXTO 09



09 - A figura do pregador sagrado
 por: Padre Antonio Rivero


Prosseguimos agora com a figura do pregador sagrado.

Vejamos agora as atitudes que favorecem a comunicação do pregador

Primeira, a aceitação incondicional do outro
Só assim pode haver comunicação. Só assim o ouvinte não será usado como um meio ou objeto para se atingir um fim. Só assim o ouvinte escutará o pregador e o aceitará. Os ouvintes não são inimigos do pregador, mas seus irmãos. Assim foi Jesus. O pregador não está acima de ninguém. Ele é um irmão mais velho que tenta explicar com carinho a palavra de Deus e coloca à disposição dos seus irmãos menores o que ele aprendeu. Não é uma autêntica obra de misericórdia?

Segunda, a compreensão empática
“Colocar-se na pele do outro” para ver o mundo com os olhos do outro. Os ouvintes esperam do pregador que não haja nada verdadeiramente humano que não ecoe no seu coração. Esperam compreensão “das alegrias e das esperanças, das tristezas e das angústias dos homens do nosso tempo, em especial dos pobres e de todos os que sofrem” (Gaudium et Spes, 1).

E terceira, a autenticidade. 
O pregador tem que se mostrar do jeito que ele é. Para ser  autêntico, não basta um pré-aquecimento na preparação imediata da prédica; é necessária uma experiência da vida sacerdotal. O ouvinte pode aceitar tanto melhor a mensagem da pregação quanto mais o pregador estiver vivendo o que prega, com autenticidade. Não se trata de falar do que foi lido, mas do que foi vivido. Ninguém dá o que não tem. O lema do cardeal Newman era: “Cor ad cor loquitur”, “o coração fala ao coração”.

O predicador vai crescendo em idade, sabedoria e graça. Vejamos agora as idades do pregador.

O pregador jovem. O primeiro perigo, normal, é a falta de material e, por consequência, o palavreado vazio. Outro perigo é a escassa maturidade. As vantagens da juventude são o fogo, a intensidade e a energia. A entrega se aprende na juventude. Por isso, urge que o pregador jovem prepare a fundo as suas prédicas, com bons comentários de Santos Padres ou de autores provados em homilética.

O pregador maduro. A maturidade preserva da exaltação juvenil e da resignação da velhice. As vantagens da idade adulta são a maturidade crescente e a força tranquila, recolhida. As pregações se tornam mais profundas e mais ricas, graças à experiência que se tem das alegrias e das esperanças, das tristezas e das angústias dos homens do nosso tempo. O perigo está na rotina e no estancamento, que impedem renovar-se nas ideias e na forma de dizê-las.

O predicador ancião. Com a velhice, começa o perigo do cansaço. Prega-se com base no passado, não no presente. O pregador ancião não deve parecer cansado, mas bondoso; não senil, mas sábio.

Quero terminar esta parte sobre o pregador com este texto que encontrei, chamado “O decálogo do pregador”[1]:
1. Não subas ao púlpito sem saber o que vais dizer. E quando tiveres dito, desce: não te prolongues inutilmente.
2. Traça o roteiro do que vais dizer: no papel ou na cabeça.
3. Procura despertar no ouvinte o interesse pelo que dizes, ou ele se desligará da tua pregação.
4. Quanto disseres, seja proveitoso para o ouvinte. A missão do pregador não é entreter, mas evangelizar.
5. A brevidade não é o supremo dos valores: não devemos sacrificar o importante em prol do breve. Mas é verdade que “o bom, se breve, é bom em dobro”.
6. Fala com naturalidade: o teatral pode repelir.
7. Procura falar de modo que todos te entendam, mas com toda a precisão para que os cultos aceitem o que dizes.
8. Para comunicar uma ideia, é necessário que estejas convicto dela: não pregues o que não vives.
9. Se te serves de aparatos técnicos, preocupa-te de que funcionem perfeitamente. É um desprestígio para o evangelho usar aparelhos ruins enquanto o mal se difunde com técnica excelente. A boa tecnologia pode e deve ser posta a serviço da evangelização.
10. Não pretendas jamais o teu sucesso pessoal, e sim o bem das pessoas. O êxito deve ser apenas para facilitar a evangelização.

 [1]  Cortesia do site de informação para sacerdotes www.vidasacerdotal.org

fonte:  Zenit.org

 
                 

   
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CURSO COMPLETO COMO PREPARAR UMA BOA HOMILIA - TEXTO 08






08 - As condições essenciais do pregador

Abordaremos a seguir as condições essenciais do pregador.

Ser pregador implica dois elementos, um objetivo e outro subjetivo. Expliquemos ambos.
Resultado de imagem para PREGADORPrimeiro, o elemento objetivo, que se baseia na missão. 
O ministério da pregação não se baseia, em última instância, nem na ciência teológica, nem na comunidade e na sua aprovação, como tampouco na fé pessoal do pregador ou na sua capacidade de pregar. A pregação se fundamenta primariamente na missão e na vocação da Igreja, e, secundariamente, no carisma do pregador.
Segundo, o elemento subjetivo: a competência do pregador. 
O pregador é um mediador. Entendemos por competência o conjunto de capacidades que são de se desejar naquele que desempenhará a tarefa da pregação[1].
Quais são essas capacidades e competências?
Primeiro, a competência jurídica. O pano de fundo deste conceito é a organização social, o sistema social de distribuição do trabalho, em que há diferentes papéis e correspondentes incumbências a ser respeitadas. O pregador sagrado tem a competência jurídica, um cargo pastoral, uma missão canônica, uma nomeação como representante da Igreja.
Segundo, a competência profissional. Competência significa, aqui, o conhecimento de certa ciência ou matéria, a especialização ou aptidão no tema a ser desenvolvido. O pregador sagrado deve ter esta competência profissional, deve conhecer a tradição cristã e, a partir da interpretação da Sagrada Escritura, saber iluminar as situações humanas.
Terceiro, a competência comunicativa. Pressupõe uma competência pessoal. Significa que o pregador tem que estar repleto de Deus para transmiti-lo ao povo cristão. Quem mais pleno estiver de Deus, mais o comunicará.
Depois de ver as condições do pregador, vejamos agora as dimensões da formação homilética no pregador.
Primeiro, a dimensão intelectual. “O fundamento da eloquência”, afirma o célebre orador romano Cícero, como o de qualquer outra cosa, “é a sabedoria”. O que o orador latino chama de “sabedoria” é o que nós poderíamos chamar de “bom senso”. O estudo proporciona ao pregador os conhecimentos necessários e o familiariza com o estado atual da pesquisa teológica. É o que chamamos de competência profissional: conhecimento da tradição da Igreja, da Sagrada Escritura, da teologia, do mundo de hoje, etc.
Segundo, a dimensão pastoral. Trata-se de conquistar segurança nos objetivos para com as pessoas confiadas a mim.
Terceiro, a dimensão humana. A pregação é pregação para pessoas. Portanto, o pregador tem que se preparar para esta comunicação com os outros. Será de grande ajuda manter sempre a proximidade com as pessoas, com simplicidade e humildade, e dialogar com elas com franqueza e respeito.
Quarto, a dimensão espiritual. Esta é a dimensão que dá profundidade às outras. A dimensão espiritual implica ver tudo com os olhos de Deus e dar respostas a partir de Deus para todas as situações e problemas pessoais e comunitários.

[1]  São Tomás recopila as várias imagens com que a Escritura designa o pregador: “O apóstolo denomina com diversos nomes o ofício do pregador, posto que o chama, em primeiro lugar, de soldado, pois ele defende a Igreja contra os inimigos; em segundo lugar, vinhateiro, já que poda os sarmentos supérfluos; também pastor, pois apascenta os súditos com o bom exemplo; boi, porque em tudo deve proceder com gravidade; arador, posto que tem de abrir os corações à fé e à penitência; (…) arquiteto do templo, dado que há de construir e reparar o edifício da Igreja; e, finalmente, ministro do altar, pois há de desempenhar um ofício grato a Deus” (In I ad Cor., c. 9, leit. 1).

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