COMO MELHORAR A PREGAÇÃO SAGRADA
(coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo)
Vamos falar sobre a importância da
linguagem...
É necessário trabalhar a linguagem da
pregação não rebaixar a Palavra de Deus. Por isso, temos que usar:
- Uma linguagem popular, não
popularesco, trivial ou vulgar. Ou seja, uma linguagem que as pessoas entendam;
uma linguagem adequada ao momento atual.
- Uma linguagem inteligível, simples, viva e
concreta, que ao mesmo tempo fique longe dos tecnicismos e das
palavras rebuscadas filosóficas ou teológicas, como também da trivialidade e da
anedota barata.
- Um tom direto, familiar, cordial, persuasivo e
ágil que mantenha o
interesse dos ouvintes, não tanto pelos recursos oratórios do orador, mas pela
convicção e autenticidade que o pregador consegue comunicar.
Distingamos os
vários níveis da linguagem...
Existem três
níveis de linguagem:
Primeiro, o nível sintático: significa clareza, precisão, exatidão,
uso correto da língua (cf. 1 Cor 14, 9ss; 1 Cor 14, 19). A exigência por
clareza é ainda mais imperiosa na pregação do que na conversação, porque na
Igreja ninguém pode fazer perguntas durante a homilia. Outra coisa é uma
palestra em uma sala de aula ou auditório, onde o pregador dá oportunidade
para perguntas. Os ouvintes geralmente dão a entender com certas reações se
entenderam. Se a reação não aparece, é necessário repetir e dar voltas e mais
voltas até que apareça, mas é preciso passar imediatamente para outro tema, o
que será evidentemente impossível para aqueles que recitam um sermão
literalmente preparado e aprendido de memória. O fim de toda pregação é sempre
abrir o sentido, embora para isso só se tenha disponível uma chave de madeira;
se é de ouro, muito melhor, desde que entre na fechadura (cf. Santo Agostinho, De doctrina christiana 10, 25-11, 36). Para isso ajudam esses
conselhos:
- A construção da frase:
frases curtas, porque o ouvido humano só consegue captar frases de um
determinado comprimento.
- A
voz ativa: em vez da voz passiva. Assim, o ouvinte poderá
identificar-se com essa voz.
- Palavras
concretas: suprimir as palavras abstratas e substituí-las por palavras
concretas. Em vez de falar de solidariedade (palavra abstrata), falar desse rei
solidário, dessa pessoa solidária (alguém específico).
- Os adjetivos: não
abusar deles, porque não é redação estilística nem literária.
Segundo, o nível semântico: se a linguagem foi feita para o homem
e não o homem para a linguagem, então deve-se evitar na pregação termos que
sejam úteis na teologia, mas que os ouvintes não entendem. A linguagem da
pregação requer a linguagem da vida cotidiana para que as palavras teológicas
sejam uma ajuda para ela. Jesus utilizou na sua pregação imagens e comparações
tomadas do mundo que lhe rodeava para que os ouvintes pudessem entender a
mensagem divina.
Finalmente, o nível pragmático:
a linguagem da pregação deve conduzir à posições de vida, à vida prática. Ou
seja, toda pregação deve ajudar à mudança da vida ou a melhorá-la. É muito
importante que cada reflexão que façamos tenha aplicações para a vida do
ouvinte.
fonte: Zenit.org.
Caríssimos leitores do CMLITURGO, gostaram das colocações do Pe. Rivero? Qual a sua opinião? Estou aguardando o seu comentário!
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