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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Formação Liturgica - Como nasceu o domingo


COMO NASCEU O D0MINGO
A CNBB - Rede Celebra - Revista de liturgia  no programa de Formação Litúrgica em Mutirão, editou este artigo de autoria do escritor e liturgista
Frei José Ariovaldo da Silva, OFM,
Apresentamos este artigo no programa exibido pela TV Nazaré (canal 53) do dia 11/02/2012 

Geralmente, quando morre uma pessoa muito querida (sobretudo quando é da família), de repente, dois ou três dias depois, bate na gente uma profunda saudade... E dá uma vontade louca de visitar a sepultura daquela pessoa. E a gente vai, leva flores, faz orações, chora. Foi o que aconteceu comigo quando faleceu minha irmã e, logo depois, minha mãe.

Foi o que aconteceu quando Jesus morreu. Três dias depois - era o primeiro dia da semana -, Maria Madalena e outras mulheres foram bem cedinho fazer uma visita à sepultura de Jesus. Ao chegarem lá, um imenso susto!... Encontraram a sepultura aberta! Vazia! (cf. Mt 28,1-7; Mc 16,1-7; Lc 24,1-8; Jo 20,1-2.11-13). Apavoradas, não contém as lágrimas. Ali mesmo, de repente elas têm uma visão, avisando que Jesus ressuscitou... E Jesus mesmo logo aparece, e fala com Maria Madalena e as outras mulheres (cf. Jo 20,14-17; Mt 28,8-10; Mc 16,8; Lc 24,9-11).
Elas, então, saem correndo a avisar: "Vimos o Senhor! Ele está vivo! Ele falou com a gente!". João e Pedro vão correndo ver a sepultura, e constatam: Realmente, aconteceu como as mulheres disseram. E se fosse só isso! Jesus também aparece e 
conversa com dois discípulos a caminho de Emaús (cf. Lc 24,13-35),
aparece e conversa com os apóstolos escondidos numa sala de jantar, falando-lhes de paz, dando-lhes o Espírito Santo e ordenando-lhes a anunciar a notícia por todos os cantos da terra (cf. At 1,4-8; Mc 16,14-18; Lc 24,36-48; Jo 20,19-25).
Numa palavra, tudo isso deve ter causado um grande alvoroço... Era até difícil acreditar!... O luto e a tristeza pela morte do Senhor, o desânimo, a frustração, a sensação de derrota amargando a vida, de repente são substituídos por uma imensa alegria, um intenso júbilo, um saboroso gosto de vitória... Jesus está vivo! Ressuscitou!
Agora vejam: Tudo isso aconteceu no "primeiro dia da semana" (Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1.13; Jo 20,1.19)! Naquele tempo, entre os judeus, a semana

começava com o dia seguinte após o sábado. Jesus morreu no sexto dia (para nós hoje: sexta-feira) e passou o sábado (sétimo e último dia) na sepultura... E foi precisamente a partir do seguinte, o "primeiro dia da semana", que os discípulos e discípulas sentiram que tudo se renovou... A partir deste dia a Vida foi sentida como mais forte do que a morte.
Por isso, por ser o "primeiro dia da semana", este dia passou a ter para os cristãos um sentido simbólico especialmente profundo. Primeiro, porque ele nos lembra o início da criação do mundo. A saber, foi nesse "primeiro dia" que Deus deu início à criação. E fazendo o que? Criando o sol (cf. Gn 1,3-5)! Agora, com o despontar do novo Sol na pessoa do Ressuscitado, esse mesmo dia (o "primeiro da semana"), passou a ser o dia da Nova Criação, o dia do começo da Nova Vida para Jesus e sua Comunidade.


O "primeiro dia da semana" se tornou, para os cristãos, o dia memorável, inesquecível. O dia mais importante da semana! Precisamente por causa da impressionante vitória da Ressurreição. Tanto que até deram um nome a este dia. Passaram a chamá-lo de dia do Senhor (cf. Ap 1,10). Em latim: dies dominica, de onde vem a palavra "domingo": Assim surgiu o "domingo", que significa exatamente isso: "dia do Senhor".

Neste dia, passando da morte para a vida, Cristo se tornou "o Senhor dos vivos e dos mortos" (Rm 14,9). Ninguém mais domina sobre Ele. Ele é o Senhor... (cf. Fl 2,9-11). Por isso que o primeiro dia da semana agora é d'Ele, do Senhor, é Domingo. Mais que isso, podemos até dizer que Domingo é Ele mesmo. Pois, como vencedor das trevas do pecado e da morte, Ele agora é o Dia que não tem fim, o Primeiro Dia, o Senhor dos dias... O primeiro dia da semana agora é do Senhor, é Domingo, porque, neste dia, Cristo vem como o Senhor dos dias, o Primeiro, a Luz que nunca mais se apaga, o Sol que não conhece ocaso.

Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:

1- Em sua vida, existe algum dia que para você se tornou especial, inesquecível, memorável? Por que? Em que dia da semana foi?
2.Por que será que o primeiro dia, de repente, se tornou o dia mais importante da semana para os discípulos e discípulas de Jesus? O que foi que aconteceu mesmo com eles(as) e com a gente, para que este dia se tornasse tão especial?
3.No texto que você acabou de ler, o que foi novidade para você?
4.Pode dizer o que significa a palavra "domingo"? E por que os cristãos deram esse nome ao primeiro dia da semana?





Envie sua conclusões, dúvidas e respostas dos questionamentos para juntos construirmos as novas reflexões sobre os assuntos da liturgia. 

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