Em Destaque

Solenidade de Pentecostes, um convite a sermos dócil ao Espírito

P ercorremos exatos cinquenta dias do tempo Pascal e com a solene celebração de Pentecostes [1] chegamos ao fim deste tempo e ret...

quinta-feira, 17 de março de 2016

Ciclo Pascal, o tempo essencial no ano litúrgico



Por: Diac. Carlos Magno Ericeira
È um dever da santa mãe Igreja celebrar todo o mistério de Cristo (encarnação, nascimento, paixão, morte, ressurreição e ascensão), por isso a cada semana (no domingo ) nos reunimos para fazer memória da sagrada obra da salvação. Este mesmo itinerário é percorrido em um ciclo anual que tem seu ponto culminante na solenidade da Páscoa e se desdobra para ‘oferecer aos fiéis as riquezas das obras e merecimentos de seu Senhor’ .
O Ciclo da páscoa compreende a quaresma , semana santa (com o tríduo pascal), e o tempo da páscoa (que encerra-se com o Pentecostes), sua sistematização é datada do primeiro ao quarto século da era Cristã e é a partir dele que se desenvolve todo o ano litúrgico. Cada momento tem sua característica própria e o conjunto ‘revela todo o mistério de Cristo’, por isso, a insistência por parte da Igreja, da promoção em uma participação para que os fiéis em contato com estes mistérios sejam repletos da graça da salvação.
Todo o Ano litúrgico é regido por este evento, Páscoa; e diante de tantas desvirtualizações e principalmente do forte apelo consumista do tempo atual, é bom retomarmos alguns significados em torno desta palavra:
Páscoa (verbo grego paschein – padecer, sofrer), festa que o povo da antiga aliança celebrava em torno da mesa, onde comendo o cordeiro pascal (pesah) faziam memória da passagem da escravidão para a liberdade (cf. Ex 12, 21-23.27b.29-39), tradição herdada por Jesus e que posteriormente por Ele foi redimensionada em um sentido pascal de sua passagem para o mundo do Pai (cf. 1 Cor 11,23-26). Com sua sua glorificação e ascensão nossos pais e mães da fé se reuniam para fazer a memória e gradualmente a tradição apostólica ao longo da história estruturou as celebrações para que as comunidades pudessem tornar celebre este momento, a Ceia do Senhor, (momento em que o Senhor pelo o pão e vinho partilhados sinaliza a cumplicidade e reciprocidade que o leva a entrega-se total até o fim e derramar seu sangue por nós) antecipa sacramentalmente sua morte e ressurreição e institui o sacramento da eucaristia, do sacerdócio e do mandamento do Amor. “Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal antes de sofrer” (Lc. 22,15)
Páscoa, expressão da tristeza e do luto que a cruz (do latim cruce) = instrumento de tortura, dor, angústia, escândalo e sofrimento) representava no tempo de Jesus, mas, que pela a sua ação salvifica se tornou sinal de esplendor, vitória e júbilo. Cruz que ao ser venerada e meditada ganha profundo e salutar significado, mas não nos deixa inertes, pelo contrário, revela um sentido sobrenatural para o sofrimento humano e a infinita misericórdia do Pai, “Completo na minha carne – diz o Apóstolo Paulo, ao explicar o valor salvífico do sofrimento — o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja.: e São João Paulo II exorta em sua carta apostólica “tal é o sentido do sofrimento: verdadeiramente sobrenatural e ao mesmo tempo humano; é sobrenatural, porque se redica no mistério divino da Redenção do mundo; e é também profundamente humano, porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão.” (n 31) .
Páscoa que nós celebramos todo ano e ano todo, mas, que tem dia, período, ciclo, antes, durante e depois.
Viver o Ciclo da Páscoa na Igreja é viver um tempo especial que condensa o passado o presente e futuro, com um ANTES (a preparação) – (Quarenta dias de Jesus no deserto (Mt 4.2; Lc 4.1ss); Quarenta dias de Moisés no Sinai (Êx 34.28); Quarenta anos do povo no deserto (Ex 16.35); Elias em direção ao Horeb (1Rs 19.8); Quarenta dias de chuva no Dilúvio (Gn 7); Um DURANTE (a festa) (A Santa Ceia (Mt 26.17-30); O Lava-pés (Jo 13.1-17); Jesus no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.26-31); O julgamento, sepultamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo 19), A ressurreição no primeiro dia da semana.(Mt 28.1-20; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18; At 1.14); E um DEPOIS (Cânticos Pascais (Sl 113 ao 118 e Ex 12); Festa das semanas (Êx 34.22; Lv 23.15); Jesus promete o Consolador (Jo 16.7); Jesus ressuscitado sopra seu Espírito (Jo 20.22); A chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2).
Nós conduz a experienciar pela sua Palavra sagrada, pelo seu dinamismo, vigor, força e pela sua ação celebrativa toda a plenitude que o Cristo sol da justiça que se deixar revelar ao romper da aurora do primeiro dia o dia do Senhor.
Contudo as celebrações neste tempo (domingo da ressurreição ao domingo de Pentecostes) devem ganhar ares de ‘alegria e exaltação’ como se fossem um ‘grande domingo’ . Para ajudar as equipes de preparação das celebrações vejamos algumas sugestões;
 
a) Destacar o sentimento de festa, com flores, incensos, toalhas brancas e etc.
b) Durante os 50 dias o círio pascal deverá estar no centro (local de destaque) das celebrações como sinal do Cristo vivo e ressuscitado, poderá ser entronizado e aceso de forma solene enquanto a assembleia canta um refrão meditativo, outra sugestão é que durante a profissão de fé, nas preces e ou na bênção final a comunidade pode ser convidada a aproxima-se ou estender a mão em sua direção.
c) Valorizar a fonte batismal, permanecendo em destaque com água abundante, devidamente ornamentada (se possível próximo do círio). O rito da água, neste tempo mais quem um sentido penitencial faz memória do batismo e pode, as vezes, tomar o lugar na profissão de fé.
d) A ultima semana é dedicada como tempo de oração pela unidade dos cristãos e merece uma atenção quer na preparação como também na hora da celebração, momento propício para retomar reflexões e fazer ligações com a Campanha da Fraternidade e o ano jubilar da misericórdia.
e) Cabe as equipes de liturgia (ministros e ministérios) procurar fazer a ligação dos diversos momentos vividos na comunidade (dia das mães, casamentos, mês de Maria…. etc) com o tempo pascal sem que um ofusque o outro. Para tal as reuniões de preparação, vivencias e estudos (leituras) com a utilização de sugestões e indicações contidas nos documentos, Introduções dos livros litúrgicos (missal, lecionários…) roteiros e demais subsídios poderão iluminar esta importante tarefa das equipes de celebração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para anpliar nossa comunicação estamos permitindo os comentários de todos que acessam esta pagina, porém, só editaremos se estes se identificarem.

Não perca tempo, faça um curso online!

Canal aberto para quem admira, estuda, ou tem curiosidade sobre assuntos ligados as ações litúrgicas da Igreja.