Por: Diac.
Carlos Magno Ericeira
È
um dever da santa mãe Igreja celebrar todo o mistério de Cristo (encarnação,
nascimento, paixão, morte, ressurreição e ascensão), por isso a cada semana (no
domingo ) nos reunimos para fazer memória da sagrada obra da salvação. Este
mesmo itinerário é percorrido em um ciclo anual que tem seu ponto culminante na
solenidade da Páscoa e se desdobra para ‘oferecer aos fiéis as riquezas das
obras e merecimentos de seu Senhor’ .
O
Ciclo da páscoa compreende a quaresma , semana santa (com o tríduo pascal), e o
tempo da páscoa (que encerra-se com o Pentecostes), sua sistematização é datada
do primeiro ao quarto século da era Cristã e é a partir dele que se desenvolve
todo o ano litúrgico. Cada momento tem sua característica própria e o conjunto
‘revela todo o mistério de Cristo’, por isso, a insistência por parte da
Igreja, da promoção em uma participação para que os fiéis em contato com estes
mistérios sejam repletos da graça da salvação.
Todo
o Ano litúrgico é regido por este evento, Páscoa; e diante de tantas
desvirtualizações e principalmente do forte apelo consumista do tempo atual, é
bom retomarmos alguns significados em torno desta palavra:
Páscoa
(verbo grego paschein – padecer, sofrer), festa que o povo da antiga aliança
celebrava em torno da mesa, onde comendo o cordeiro pascal (pesah) faziam
memória da passagem da escravidão para a liberdade (cf. Ex 12,
21-23.27b.29-39), tradição herdada por Jesus e que posteriormente por Ele foi
redimensionada em um sentido pascal de sua passagem para o mundo do Pai (cf. 1
Cor 11,23-26). Com sua sua glorificação e ascensão nossos pais e mães da fé se
reuniam para fazer a memória e gradualmente a tradição apostólica ao longo da
história estruturou as celebrações para que as comunidades pudessem tornar
celebre este momento, a Ceia do Senhor, (momento em que o Senhor pelo o pão e
vinho partilhados sinaliza a cumplicidade e reciprocidade que o leva a
entrega-se total até o fim e derramar seu sangue por nós) antecipa
sacramentalmente sua morte e ressurreição e institui o sacramento da
eucaristia, do sacerdócio e do mandamento do Amor. “Desejei ardentemente comer
convosco esta ceia pascal antes de sofrer” (Lc. 22,15)
Páscoa,
expressão da tristeza e do luto que a cruz (do latim cruce) = instrumento de
tortura, dor, angústia, escândalo e sofrimento) representava no tempo de Jesus,
mas, que pela a sua ação salvifica se tornou sinal de esplendor, vitória e
júbilo. Cruz que ao ser venerada e meditada ganha profundo e salutar
significado, mas não nos deixa inertes, pelo contrário, revela um sentido
sobrenatural para o sofrimento humano e a infinita misericórdia do Pai,
“Completo na minha carne – diz o Apóstolo Paulo, ao explicar o valor salvífico
do sofrimento — o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a
Igreja.: e São João Paulo II exorta em sua carta apostólica “tal é o sentido do
sofrimento: verdadeiramente sobrenatural e ao mesmo tempo humano; é
sobrenatural, porque se redica no mistério divino da Redenção do mundo; e é
também profundamente humano, porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a
sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão.” (n 31) .
Páscoa
que nós celebramos todo ano e ano todo, mas, que tem dia, período, ciclo,
antes, durante e depois.
Viver o
Ciclo da Páscoa na Igreja é viver um tempo especial que condensa o passado o
presente e futuro, com um ANTES (a preparação) – (Quarenta dias de Jesus no
deserto (Mt 4.2; Lc 4.1ss); Quarenta dias de Moisés no Sinai (Êx 34.28);
Quarenta anos do povo no deserto (Ex 16.35); Elias em direção ao Horeb (1Rs
19.8); Quarenta dias de chuva no Dilúvio (Gn 7); Um DURANTE (a festa) (A Santa
Ceia (Mt 26.17-30); O Lava-pés (Jo 13.1-17); Jesus no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc
14.26-31); O julgamento, sepultamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo
19), A ressurreição no primeiro dia da semana.(Mt 28.1-20; Mc 16.1-8; Lc
24.1-12; Jo 20.1-18; At 1.14); E um DEPOIS (Cânticos Pascais (Sl 113 ao 118 e
Ex 12); Festa das semanas (Êx 34.22; Lv 23.15); Jesus promete o Consolador (Jo
16.7); Jesus ressuscitado sopra seu Espírito (Jo 20.22); A chegada do Espírito
Santo no dia de Pentecostes (At 2).
Nós conduz a experienciar pela sua Palavra sagrada, pelo seu dinamismo, vigor, força e pela sua ação celebrativa toda a plenitude que o Cristo sol da justiça que se deixar revelar ao romper da aurora do primeiro dia o dia do Senhor.
Nós conduz a experienciar pela sua Palavra sagrada, pelo seu dinamismo, vigor, força e pela sua ação celebrativa toda a plenitude que o Cristo sol da justiça que se deixar revelar ao romper da aurora do primeiro dia o dia do Senhor.
Contudo
as celebrações neste tempo (domingo da ressurreição ao domingo de Pentecostes)
devem ganhar ares de ‘alegria e exaltação’ como se fossem um ‘grande domingo’ .
Para ajudar as equipes de preparação das celebrações vejamos algumas sugestões;
a) Destacar o sentimento de festa, com flores, incensos, toalhas brancas e etc.
b) Durante os 50 dias o círio pascal deverá estar no centro (local de destaque) das celebrações como sinal do Cristo vivo e ressuscitado, poderá ser entronizado e aceso de forma solene enquanto a assembleia canta um refrão meditativo, outra sugestão é que durante a profissão de fé, nas preces e ou na bênção final a comunidade pode ser convidada a aproxima-se ou estender a mão em sua direção.
c) Valorizar a fonte batismal, permanecendo em destaque com água abundante, devidamente ornamentada (se possível próximo do círio). O rito da água, neste tempo mais quem um sentido penitencial faz memória do batismo e pode, as vezes, tomar o lugar na profissão de fé.
d) A ultima semana é dedicada como tempo de oração pela unidade dos cristãos e merece uma atenção quer na preparação como também na hora da celebração, momento propício para retomar reflexões e fazer ligações com a Campanha da Fraternidade e o ano jubilar da misericórdia.
e) Cabe as equipes de liturgia (ministros e ministérios) procurar fazer a ligação dos diversos momentos vividos na comunidade (dia das mães, casamentos, mês de Maria…. etc) com o tempo pascal sem que um ofusque o outro. Para tal as reuniões de preparação, vivencias e estudos (leituras) com a utilização de sugestões e indicações contidas nos documentos, Introduções dos livros litúrgicos (missal, lecionários…) roteiros e demais subsídios poderão iluminar esta importante tarefa das equipes de celebração.
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