Em Destaque

Solenidade de Pentecostes, um convite a sermos dócil ao Espírito

P ercorremos exatos cinquenta dias do tempo Pascal e com a solene celebração de Pentecostes [1] chegamos ao fim deste tempo e ret...

quarta-feira, 18 de março de 2015

Pregação Sagrada

Homilética: quinto domingo da Quaresma

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de são Paulo (Brasil)
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 17 de Março de 2015 (Zenit.org) - COMENTARIO A LITURGIA DOMINICAL
Quinto domingo da Quaresma
Ciclo B
Textos: Jr 31, 31-34; Hb 5, 7-9; Jo 12, 20-33
Pe. Antonio Rivero, L.C. Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de são Paulo (Brasil).
Ideia principal: Já está chegando a Hora de Jesus.
Síntese da mensagem: Em três domingos sucessivos a liturgia nos apresenta uns símbolos para entender melhor o mistério da Páscoa do Senhor, a Hora de Jesus: o templo que Ele reedificará em três dias (3 domingo), a serpente levantada que cura quem olha para ela com fé (4 domingo) e hoje o grão de trigo. Mistério pascal que implica morte e ressurreição.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, faz mais de 2.000 anos chegou a Hora de Deus: “Chegou a hora... sinto-me agitado. É melhor eu pedir para o Pai parar o relógio do Plano de salvação?” (evangelho). Gritou, chorou (segunda leitura). Mas o Pai não mexeu nenhum dedo, não parou o relógio, não adiantou os ponteiros. Simplesmente deixou que se cumprisse a Hora. E o Filho foi detido, processado, condenado, executado. Assim se cumpriu a Hora da salvação do gênero humano. Não é a hora do calendário civil. É a Hora na língua bíblica, isto é, o desígnio de Deus, o plano de Deus, numa palavra, a vontade de Deus. E Jesus enfrentou essa Hora com decisão, com coragem, com obediência, com amor, mas sem economizar dor e sofrimento no corpo, na alma, no espírito.
Em segundo lugar, muitos dos nossos irmãos estão atravessando neste momento a Hora amarga: sofrimentos pessoais, familiares, sociais, políticos, econômicos, nacionais, internacionais, planetários. Hora permitida por Deus, mas muitas vezes querida pelos homens sem escrúpulos e sem o santo temor. O Papa Francisco já disse alguns desses espinhos na sua exortação: “Evangelii gaudium”: economia da exclusão, idolatria do dinheiro, dinheiro que governa em vez de servir, iniquidade que gera violência, perseguição de cristãos, indiferença relativista, famílias destruídas e frágeis nos seus vínculos. Outras cruzes duras que são o pão nosso de cada dia. O que digo eu a uma viúva de coração em luto, a um pai de cinco filhos condenado à morte de câncer, a uma mocinha a quem o galã resolveu deixar no pé do altar, vestida e desajeitada, à família com um filho que mexe com drogas ou se encontra numa cadeia, ao...? Não bastam conselhinhos analgésicos e euforizantes. Os meus irmãos e eu, queríamos que essa Horapassasse agora mesmo. Porém, o que Deus quer? O nosso Pai Deus em resposta a este desejo envia o seu Filho ao sofrimento; chegou o Filho e carregou a cruz sem resmungar, pois era a Hora do Pai para nos salvar. O cristão aprendeu assim o sentido que o Filho deu ao sofrimento: purificador dos próprios pecados, redentor das almas, colaboradores com Ele na salvação dos homens. Por tanto, a Hora do sofrimento é, de fato, a hora da verdade, dessas grandes verdades.
Finalmente, também cedo ou tarde chegará a nossa Hora. Cada um pense qual é a sua Hora, se estiver bem o ponteiro do relógio que marcará a Hora de Deus, então qual é a cor que tem o relógio que marcará essa Hora de Deus. Cada um pense se algum Vesúvio explodiu ou está quase a ponto de explodir na sua vida ou na vida da sua família, jogando para o céu rochas como aeróstatos de fogo, como aquele Vesúvio do dia 24 de agosto do ano 79 d.C. em Nápoles, cujos aeróstatos caiam como chumbo sobre os campos como bombas de napalm, e onde os torrentes de lava entraram invadindo as ruas, as praças e as casas de Satabiae- as termas cheias de prazer-, Pompeia- as salas de festa- e Herculanum- o comercio-; e onde “trens” de nuvens carregadas de cinzas descarregaram a sua força sobre essas cidades, sepultando-as debaixo de seis metros de pavesas e por 1.600 anos desapareceram da memória dos homens. Sim, a Hora de Deus é terrível, incompreensível, mas necessária e deve ser cumprida. O sofrimento e a morte são o trâmite para a ressurreição, para a eternidade e para a glória. Por tanto, a Hora de Deus é a Hora do Pai cheio de ternura e misericórdia que busca a ovelha perdida e salva a pecadora arrependida.
Para refletir: Como reajo diante da Hora de Deus na minha vida: com amor e obediência como Jesus; ou com rebeldia e desgosto? Deixo Deus Pai marcar a Hora na minha vida ou imponho a hora que eu quero?
Para rezar: Senhor, que se cumpra em mim a vossa Hora, quando Vós quiserdes, onde Vós quiserdes, como Vós quiserdes e no tempo que Vós quiserdes. Quero me parecer ao vosso Filho Jesus e a tantos dos vossos amigos, santos e santas. Amém.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para anpliar nossa comunicação estamos permitindo os comentários de todos que acessam esta pagina, porém, só editaremos se estes se identificarem.

Não perca tempo, faça um curso online!

Canal aberto para quem admira, estuda, ou tem curiosidade sobre assuntos ligados as ações litúrgicas da Igreja.