De acordo com o ultimo Anuário Estatístico da Igreja, apresentado pelo Vaticano à imprensa, O número de diáconos permanentes, tanto diocesanos quanto religiosos, continua com tendência de crescimento elevado. Os diáconos permanentes são o grupo mais forte em evolução ao longo do tempo: de cerca de 28 mil em 2000, aumentou para 37 mil em 2008, em 2009 chegaram a 38.155 e em 2010 o aumento atingiu o percentual de 3,7% com relação ao ano anterior, chegando assim ao numero de 39.564 em todo o mundo
Os diáconos permanentes
estão presentes principalmente na América do Norte e na Europa (64,3% e 33,2%,
respectivamente).com
variação significativa de 33,7%. Na América do Norte o aumento é sustentado: em
2000 havia mais de 18 mil diáconos permanentes, enquanto em 2008 este número
aumentou para 24 mil. Os dados revelam que
atualmente, no mundo, a vocação diaconal esta retomando seu vigor.
No site da Comissão Nacional dos
Diáconos Permanentes: www.cnd.org.br, o padre Walter Goedert apresenta uma
definição e comentários muito interessantes sobre a vocação, destaco o que ele
escreve:
"Dado
que o diácono permanente é simultaneamente pai e esposo, exerce uma profissão
civil e se consagra à comunidade eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação
abrange vários aspectos. Na verdade, são três grandes dimensões: familiar,
profissional e eclesial. Embora com desafios próprios, estas não deixam de
contribuir positivamente para a realização da vocação diaconal.
Administrar
esses desafios e colocá-los a serviço da missão constitui tarefa diária. É
preciso maturidade para atribuir a cada função o peso certo no momento exato. A
harmonização dos possíveis conflitos exige uma escala de valores ditada pela
vivência dos sacramentos do Matrimônio e da Ordem, e pela responsabilidade
profissional. Não se trata de privilegiar uma das dimensões em detrimento das
outras; é preciso, mesmo dando prioridade momentânea a uma delas, buscar o
equilíbrio. Sem essa harmonia não existe plena realização vocacional.
Uma
vez que a vocação inclui aspectos sobrenaturais (é Deus quem chama e espera
resposta), é necessário aplicar à vocação diaconal as características bíblicas
do chamado. Vocação é antes de tudo, dom de Deus: "Antes mesmo de te
formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te
consagrei. Eu te constituí profeta para as nações" (Jr 1,4-5). É
também dom para a Igreja. Um bem para o vocacionado e para sua missão. Como
dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e de ambiente. Na
avaliação da autenticidade de uma vocação devem ser levadas em consideração as
aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade e a
confirmação do chamado pela Igreja. Esse processo deve ser feito em estreita
união com a família do candidato [ao diaconato], com a comunidade eclesial e
com os responsáveis diretos pela formação diaconal.
A
Sagrada Escritura revela, ainda, que o chamado acontece em vista de uma missão
especifica. É convite pessoal que espera adesão consciente de fé e de vida,
incluindo uma consagração particular a Deus em forma de serviço ao povo. Toda
vocação constitui um serviço; o chamado ao diaconato o é de forma especial por
ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.
O
serviço, comum a todos os cristãos, o diácono o assume como função própria, da
qual dá testemunho personalizado. Abraça a diaconia com toda a intensidade de
sua vida, como algo que lhe diz particularmente respeito. João Paulo II afirma:
"O diaconato empenha ao seguimento de Jesus, nesta atitude de serviço
humilde que não só se exprime nas obras de caridade, mas investe e forja o modo
de pensar e de agir" (L'Osservatore Romano, ed. portuguesa, n. 43
(24/10/93), p 12). Por isso, Puebla afirmou que a missão e a função do
diácono não devem ser avaliados com critérios meramente pragmáticos, por estas
ou aquelas funções [...]. O carisma do diácono é ser sinal sacramental de Cristo-Servo
(P 697-698).
Embora
a vocação surja de um chamado de Deus, Ele o faz, normalmente, por meio de
caminhos ligados à realidade em que vivemos. O chamado é acolhido por homens
concretos, cada qual com sua história, limitações e qualidades. Por conseguinte,
o discernimento vocacional deve levar em consideração não só critérios
objetivos, mas também requisitos pessoais, espirituais, familiares e
comunitários ('Diretrizes para o diaconato permanente', 135-139). Devem
ser considerados desde as tendências instintivas e os desejos íntimos até o
modo de ser de cada um, seu ambiente, sua história."
A
vocação, portanto, passa pelo discernimento da Igreja, que, como mãe, acolhe
aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da Igreja, ao povo de
Deus.
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